segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

AS VIAGENS DO GALANGA

Seguem alguns registros de viagens que o Galanga realizou nos últimos anos. Prac´t prac!


terça-feira, 4 de dezembro de 2012

FESTIVAL PEPITA DE ARTES INTEGRADAS



É com muito orgulho que o Galanga integra a programação de lançamento do Festival Pepita, evento de artes integradas que coroa um ano de intensa atividade artística e cultural na cidade de Ouro Preto. A chegada do projeto Vale dos Contos, que turbinou os fins de semana da cidade patrimônio cultural com cultura contemporânea e diversificada, a chegada do MiMo, evento de música instrumental de primeiro mundo e, agora, o lançamento do Pepita (e há novidades ainda em planejamento que prometem ratificar esse novo momento) - tudo isso renova a tradição artístico-cultural da cidade. Novo outro que se anuncia. Meus amigos, meus inimigos: renovemos Ouro Preto!!!

domingo, 21 de outubro de 2012

SAMBA QUE ONDULA


“No batuque, o dançarino percorre a roda em passos cadenciados, pousando os pés com cautela um adiante do outro, os cotovelos para trás, a cabeça baixa, o  tórax reentrante, os joelhos um pouco curvos – com o ar de quem prepara o golpe  fatal, calculado e definitivo. Por duas vezes ameaça o parceiro, prevenindo-o, assim, de que é a pessoa escolhida. À terceira, prostra-o, por meio de um dos inúmeros golpes que conhece, cada um de resultado especial.“ (MEIRELES, 2003:60)

“No brinquedo também está de certo modo compreendido o samba – que é, naturalmente, sobrevivência de ritual de casamento, dado o ar contidamente erótico que conserva. Como o batuque, é uma dança ímpar, executada no meio de uma roda, que igualmente canta, bate palmas e toca tambores, pandeiros, cuícas, caixinhas e chocalhos.(...) No samba, o dançarino fica no meio da roda, acompanhando a música com uma ondulação característica de todo o corpo e, em especial, das ancas e do ventre, com expressões muito harmoniosas de braços, em gestos ora um tanto exaltados, ora de uma grande suavidade. Por fim, aproxima-se de um dos parceiros, diante do qual desenvolve com mais expressão todos os seus jogos rítmicos, num dos quais, o parafuso, o corpo, como acompanhando uma hélice interior, vai-se reduzindo, pouco a pouco, em altura, até deixar o dançarino quase sentado no chão; em seguida, desenrola-se até a altura comum, sem nunca perder nem interromper o ritmo da música.” (MEIRELES, 2003:58-62)

MEIRELES, Cecília. Batuque, samba e macumba: estudos de gesto e de ritmo, 1926-1934, São Paulo: Martins Fontes, 2003.

terça-feira, 25 de setembro de 2012

TUDO MUDOU

Photo: Fora do Eixo


Sem dúvida nenhuma, o show do Galanga em Recife já entrou pra história da banda, foi realmente ducaralho como diria o vocalista Juliano Mendes. Otérica Adonis marca uma nova história, como diriam também os amigos do Seu Juvenal. A energia do lugar, as pessoas do lugar, o lugar...enfim.
Assistir Morais Moreira tocar o Acabou Chorare inteiro e vários outros clássicos dos Novos Baianos foi dem
ais. Assistir ao show do Siba, músico pernambucano que já ouço há muito tempo, e ainda ter uma participação de Fernando Catatau também foi inesquecível.
Organização nota 1000...Obrigado Aline Miranda, obrigado No Ar Coquetel Molotov, Minas tem muito o que aprender com vocês. O Galanga já está sentindo falta e quer voltar.
 
Sancho Galanga

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

1. AI MEU DEUS DO CÉU

Photo: Bárbara Castro

AI MEU DEUS DO CÉU
Sancho

Joga fora essa cintura de mola
vamos sair dessa candura, senhora
se você diz que é isso aí, é isso aqui, o quê que tem, o quê que há
sai daqui, deixa pra lá

Já faz tempo essa conversa de fazer, de praticar,
meu deus do céu parece unguento, eu não aguento,
essa pimenta, cheiro verde o que é que dá?

Mas peraí: se tudo se transforma então porque que eu vou criar?

É rock afrogressivo, mangue beat, Chá-chá-chá
É rock afrogressivo, mangue beat, Chá-chá-chá
É rock afrogressivo, mangue beat, Chá-chá-chá
É rock afrogressivo

É rock afrogressivo, mangue beat, Chá-chá-chá
É rock afrogressivo, mangue beat, Chá-chá-chá
É rock afrogressivo, mangue beat, Chá-chá-chá
O quê que tem, o quê que tem, o quê que tem, o quê que há?
sai daqui, deixa pra lá


2. ROCK AFROGRESSIVO

Photo: Sara Magnabosco



ROCK AFROGRESSIVO
Julliano Mendes, Sancho

Rock’afrogressivo
Som galangaláctipercussivo
Sambalança ven’tribo de Jah
Tupini’cas’ataba’camará

Batacatum batacauê batacalata
E percpan
Bate tambô nagô ca filha de iansâ
Parapamplona
Parangolé
Baticutum baticutum colé qui é?

Paragundum pé de moleque tum
Paragundum pé de moleque tum
Paragundum pé de moleque tum
Paragundum pé de moleque vai!

Practiprac tipractum bataque
Tilactipum baractipac qüêênn
Djul’bap bip bop bip bap’djul
Tilactipum baractipac qüêênn

Corpo’pulsa
Impulsiona passa
Dança
Cavacaterra
Vibra
Levanta poeira sobe vai sujá sapato branco
Menina que não dança vai sobrá ficá titia
No tempo de minha vó minha bisavó já me dizia

Toma limonada pra gagá de madrugá
Toma leite azedo pra gagá de manhã cê (2X)

Em terra de caolho olho sadio é disfunção
À sombra da caverna preconceito corrosão
De gente que se julga paladino da moral
Mas tem teto de vidro fruta podre no quintal

Não comunica se’strumbica, um na mão, olha a batida
Cabeça, documento, fecha a porta na saída
Cadeia ao cidadão, formação do marginal
Escola ao cidadão, bota mais água no mingau

Escuta aí
Vou lhe dizê
Baticutum baticutum paranauê
Parapamplona
Parangolé
Baticutum baticutum colé qui é?

Paragundum pé de moleque tum
Paragundum pé de moleque tum
Paragundum pé de moleque tum
Paragundum pé de moleque

Tudo é som
Pulso, impulso
Vibração de ar
Dançar
É responder à natureza:
Sim!

3. GUERRILHA CULTURAL

Photo: Nilmar Laje


GUERRILHA CULTURAL
Zacca, Gustavo Patrocínio


De tempos em tempos a guerra faz da história
Amontoados de estilhaços
Lembra Zumbi
Lutou até morrer
Lutou pra libertar
Bimba, reagge, Che
Mão menininha do Gantois

Por sobre o aço
Sobre a linha de Ogum
Por sobre a sangue
Por sobre a terra
Por sobre a cruz Jesus

Sem medo e sem apelo
E artista e guerrilheiro
Encara de frente chama para a dança
Valha-me Xangô
Acenda luzindo
Bico de boca de fuzil

Eu sou da guerrilha do samba (guerrilha do samba, batucada de bamba)
Eu sou da batucada de bamba
Eu venho lá do morro
Eu sou do terreiro
Eu sou da guerrilha do samba

4. ZÉ PEREIRA DA PESADA


ZÉ PEREIRA DA PESADA
Gustavo Patrocínio

Corre para o colo da mulata
lá vem o Brasil, subindo a ladeira
forma essa cara miscigenada
Senhora do Rosário, viva a Padroeira
 terra de chico rei e do congado
ê Chico Rei, quanto ouro eu achei
ê Chico Rei, quanto escravo alforriei
 lá vem o Brasil, sudindo a ladeira
samba de roda, maracatu, Igexá
puxada de rede, zumbi, capoeira
Villa lobos, caipira, caipora
pira, pira, pirou o caipora

Manuel chama o saci
uiva a iara
nos aguaçais dos igapós
dos japurás e dos purus
mãos fortes
cultura que não desbota
muita força

o catitão batendo a cabeça nas sacadas
cercando a baiana que sai de barrigada
ele quer a pretinha
lá vem o mulato
lá vem o Brasil subindo a ladeira

Zé Pereira
Da pesada!

5. PEDRA FALSA


Nilmar Laje

PEDRA FALSA
Sancho, Rafael Tibo


A América Latina espera
Beatriz que nunca chega.
E a esperança que não morre
me confunde e me guia:

70 traficantes armados
levando amor pelas ruas do rio.
70 traficantes armados
levando  Ptolomeu pelas mãos.

A América Latina espera
Beatriz que nunca chega.
E a esperança que não morre
me confunde e me guia:

70 crianças sentadas
levando tiros pela sala de aula.
70 crianças sentadas
levando Virgílio pelas mãos.

A natureza da culpa é exterior.
A culpa é um animal exótico que
não se confunde com a nossa
ignorante  nobreza.

Gláuber não sabia
mas os inocentes somos nós.
Ele não sabia da esperança que nos guia.
Tão linda  esperança que nos aleija.

6. A FOME É PROFESSORA



A FOME É PROFESSORA
Gustavo Patrocínio e Galanga

"Deus pôs os homens e os animais na terra. Mas os animais quem lhes alimenta é a natureza. Eu penso isso porque quando tenho fome invejo os animais." (Carolina Maria de Jesus)
Quarenta e nove milhões de miseráveis. Panela de pressão, vai explodir no coração da áurea pátria mãe gentil.Brasil.

A vida é severina. A morte é intestina. A fome é cultural. Já dizia Jão Cabral. A fome é cultural!
"A pior coisa pra uma mãe é ouvir a melodia: mamãe eu quero pão. Mamãe eu tenho fome" (Carolina Maria de Jesus).
I am hungry.
Yo tiengo hambre!
Tenho fome, tenho fome, tenho fome, tenho fome!

"Gente: Tô ficando impaciente. Minha fome é persistente. Como o que der pela frente. Como bicho, come gente. Bicho. Gente. Bicho. Gente!" (Arnaldo Antunes)

"Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida (...)
Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia (...)
O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.
O bicho, meu Deus, era um homem" (Manuel Bandeira)


terça-feira, 28 de agosto de 2012

COQUETEL MOLOTOV 2012

É com muita alegria que o Galanga anuncia sua participação no Festival No Ar Coquetel Molotov, um dos principais eventos de música no centro nervoso da nova música popular brasileira, Recife. 



O No Ar Coquetel Molotov ocorre nos dias 21 e 22 de setembro no centro de convenções da UFPE. Vítor Santana, Siba, Garota Suecas, Madrid, além dos internacionais londe Redhead (EUA), Yeti Lane (França), The Mary Onettes (Suécia) e Rain Machine (EUA) são alguns destaques da programação.

Informações mais precisas: